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Entrevista: Josiane Veiga




Josiane Veiga é a escritora dos romances já publicados Rendição  e A Insígnia de Claymor, a venda no Clube de Autores. Uma ficwriter de mão cheia e uma autora que explora personagens diferentes e carismáticos. Que tal conhecer um pouco mais da Josy?

Lady Graciosa: Quem é Josiane Veiga?
Josiane Veiga: Bom, sou uma mulher de 26 anos, gaúcha, gremista, cristã. Amo artes, e literatura em especial. É difícil me definir, pois sou uma pessoa bastante incomum, quase excêntrica. Não suporto futilidade e tenho horror à vulgaridade. Sou alguém que valoriza a personalidade mais que a aparência. Franca, costumo atrair críticas por dizer sempre o que penso, não me escondendo sobre a máscara da neutralidade. Ao mesmo tempo sou bastante leal, amiga e humana.

LG:Como a escritora surgiu?
JV: Não sei explicar direito, mas acredito que o dom sempre esteve comigo. Eu li meu primeiro livro mais ou menos aos dez anos, e aos doze já venci um concurso escolar de literatura, contando uma história de amor entre espíritos.

LG: Desde quando começou a escrever?
JV:Bom, as datas precisas não sei. Mas, minha primeira história foi premiada, o que me incentivou a continuar a escrever. Ela se chamava “a caminho do céu” e tratava de um amor proibido entre uma baronesa e um servo. Os dois se suicidaram, e tiveram que permanecer dentro de uma casa mal assombrada, pois seus espíritos não foram aceitos no céu. Lembro-me com carinho dessa história porque, apesar da minha pouca idade, ela foi bem construída... bem escrita.



LG: Como seleciona os temas para suas histórias?
JV: Na verdade não escolho. A história simplesmente surge em minha mente, sem pedir licença.
       Vou dar como exemplo o livro “A Insígnia de Claymor” lançado pelo Clube de Autores. Tinha eu a faixa dos 15 anos, quando, no inverno, estava sentada no sol para secar os cabelos (todo gaucho faz isso! Hehehe) quando “enxerguei” uma moça ruiva fazendo o mesmo. Foi espantoso, mas eu vi, de algum jeito, a personagem principal. A história dela (que envolve um amor proibido, incesto, inquisição, era medieval, etc) foi simplesmente deslumbrante para mim. Como eu tinha pouca idade, guardei aquela história na mente e, na faixa dos vinte e poucos anos, comecei a escrevê-la. Foi, sem falsa modéstia, um dos meus melhores livros.    Foi um sucesso da comunidade de escritores do Adoro Romances, no site Nyah, e em muitos lugares. Eu chegava a receber comentários de dez páginas, de pessoas fascinadas pelo enredo, pelo tema, pela forma com que o livro foi desenvolvido.
      Da mesma forma, em Rendição (meu segundo livro), a pedofilia foi algo que simplesmente apareceu. Quando eu comecei, queria contar uma simples historia de amor, mas, um dia, “conversando” com um dos personagens, percebi que muito mais coisas haviam acontecido com ele... e então o tema foi sendo desenvolvido de forma passional e arrebatadora.

LG: Qual o tema que você ainda não trabalhou, mas pretende no futuro?
JV: É Difícil definir. Dos polêmicos, já lidei com quase todos.

LG: Você se inspira em alguma autora?
JV: Não, admiro muitos autores(as), mas tenho meu próprio estilo.

LG: Em que momentos você escreve? Como as histórias surgem para você?
JV: Não existe um momento definido. Já tive que escrever em pleno horário de trabalho, porque a inspiração veio de repente.

LG: Já lhe faltou inspiração para terminar um livro?
JV: Sim, acho que todo autor passa por isso... A Insígnia de Claymor tem previsão de ser 3 livros (é uma saga), mas apenas o primeiro está pronto. O segundo, apesar de eu saber exatamente o que escrever, ainda não foi sequer esboçado. Simplesmente falta inspiração e vontade.

LG: Você escreve romances e Fanfics, Qual a diferença entre os estilos e qual o seu gênero preferido?
JV: Como ficwrite, eu cuido para ser fiel ao personagem original. Acho um absurdo quando um escritor foge completamente do personagem do anime/mangá, etc. Um dos meus principais fanfics se chama “Meu futuro é com você” de Inuyasha (ele é muito conhecido e plagiado na internet, hehe). Muitos leitores diziam que viam realmente os personagens ali. Eu era sempre muito fiel a autora original.
      Nos meus próprios romances, os personagens são meus. Assim, eu faço com os personagens o que eu desejo, sem permitir que alguém tente modificar minha história.

LG: Você escreveu e publicou RENDIÇÃO um romance homossexual... Como surgiu essa histórias? Foi proposital?
JV: A idéia inicial era um fanfic. No entanto, tomou proporções gigantescas demais, e foi adaptada como livro (com novos capítulos, personagens, etc). Essa história rendeu-me muito, chegou a ter mais de 1.000 leitores e foi traduzida até para o inglês. Um sucesso que jamais pensei que teria.
      O romance gay foi proposital sim. Eu queria mostrar duas coisas:
      1ºA orientação sexual não é uma escolha.
      Os personagens se apaixonam na infância, numa época de suas vidas que o desejo e a atração sexual não existiam em ambos. Toda a luta deles, o preconceito, o medo (e aqui destaco não só o medo do mundo, mas também um medo interno, até mesmo do sexo), as batalhas, etc, são reflexos de algo incontrolável.
      Eu deixo muito mais claro no 2º livro da saga (ao qual estou escrevendo no momento), o quanto eles não gostaria de ser gays. Ninguém quer ser “maricas, veado, bicha” etc. Os dois desejavam e lutaram muito contra o próprio instinto. Ambos os personagens tentaram manter relações com mulheres, e ambos tentaram esconder seus sentimentos do mundo. Fracassaram.
      2º O mundo tem preconceito, mesmo velado.
      Eu usei o Japão de forma proposital. É um país um tanto machista (pelo menos tem fama!) e esbocei, nas pequenas atitudes dos personagens secundários, o preconceito. Uma cena clássica foi um jantar entre um dos personagens e a mãe. Entra no restaurante em que eles se alimentam, uma moça homossexual e os dois começavam a falar dela. A personagem que diz ter pena "porque a coitada é lésbica” sequer nota o quanto seu alvo está feliz naquele momento, pois está amando alguém. Tudo que enxerga é o quanto a moça é diferente das outras pessoas.

LG: Você acha que o publico aceitou bem ou existe preconceito?
JV: As vendas estão indo bem, e eu estou tendo gratas surpresas na internet. Tipo, quando digito o nome do livro, encontro comentários de pessoas que leram, elogiando. Acho que é um presente para qualquer autor. Levando em conta que o livro, logo de inicio, já trás os protagonistas como um casal, ele foge um pouco da mesmequice dos personagens que só se aceitarem no final. O livro tem a intenção de mostrar a rotina, as lutas pós aceitação.
      No entanto, existe sim o preconceito. Já recebi ironias, e pessoas me perguntando se eu não tenho medo ou vergonha. O livro trata também da minha visão como cristã do homossexualismo. Como não sou uma ignorante na Biblia, algumas pessoas se ofendem porque meus argumentos são fortes.
     E, por fim, existem também os mais ignorantes (não no sentido agressivo, mas no sentido de conhecimento mesmo) que me perguntam se sou gay (apesar de, pasmem, meu livro ser uma história de amor entre HOMENS), e eu ser, assumidamente, heterossexual.
     As pessoas têm dificuldades de entender que um escritor de ficção escreve ficção! Mas, isso já era previsto por mim. Estou preparada para as críticas.

LG: Quais as autoras que você mais gosta de ler?
JV: Sou apaixonada por Moacyr Scliar, Alexandre Dumas e Deborah Simmons. Na adolescência amava Penny Jordan, mas seus livros atuais não me despertam mais.

LG: A comunidade Adoro Romances lançou várias escritoras que hoje escrevem em comunidades e publicam livros, o que você acha disso?
JV: Acho maravilhoso. Quem sabe um dia “adoro romances” não vire um selo!

LG: Qual a sua profissão? Como você concilia sua vida com a vida de escritora?
JV: Eu sou securitária. É complicado conciliar, mas me esforço. Muitas vezes deixo de fazer algo que gosto, ou curtir meus momentos de lazer, para escrever. A vida é feita de escolhas, e eu escolhi ser escritora, então preciso arcar não somente com os prazeres, mas também com os deveres dessa escolha.

LG: Quais os seus projetos futuros?
JV: Pretendo lançar Redenção até o final do ano. É a continuação de Rendição. A história vai girar em torno do depois do “felizes para sempre”. O fato é que o dia a dia de um casal normal já não é fácil, imaginem de dois homossexuais. Além disso, vou voltar a tratar da pedofilia (como no primeiro livro), e também incluirei a anorexia e a depressão.



Deus? 
Tudo.
Filhos? 
Provavelmente não.
Amor? 
Deus.
Saudade? 
De alguns amigos da adolescência.
Uma lembrança? 
Algumas viagens, alguns momentos importantes.
Um sonho? 
Ser reconhecida como escritora.
Uma viagem? 
Uma que fui para Tenente Portela/RS, conviver com índios numa aldeia indígena. Não foi a viagem mais longa da minha vida, mas foi a mais importante para meu crescimento como pessoa.
Uma cor? 
Azul.
Um livro?
A bíblia.
Um filme?
O senhor dos anéis.
Uma comida? 
A da minha mãe.
Uma bebida? 
Água.
Time do coração?
Gremio!
Uma frase? 
"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante."
Albert Schwweitzer ( Nobel da Paz - 1952)


Obrigada a Josiane Veiga pelo carinho e por aceitar dividir conosco um pouquinho de sua vida e seus sonhos. 



Quer saber mais sobre a Josiane? 

5 comentários:

  1. Aaaah! Josy Veiga linda! Amo essa mulher! Minha amiga maravilhosa, escritora de mão cheia!

    Parabéns pelo trabalho maravilhoso, vc merece todo sucesso do mundo, Josy!

    E, Lady, parabéns pela entrevista! E sucesso ao blog!

    Beijos!

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  2. Brigada pelo convite Lady, e ameiii fazer a entrevista^^ Brigada a Lucy também, que sempre está ao meu lado, acompanhando^^

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  3. Ahhh, eu amei a entrevista!! *__*
    Td de bom pra vc, Josi.

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  4. Muito legal a entrevista Lady!
    Seu blog é lindo, virei aqui mais vezes!
    Interessante mesmo!

    Aproveito para dizer que indiquei você para o meme literário! Visita meu blog:
    http://www.adrianabrazil.com

    bjs

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  5. Josy é fantástica. Sem comentários sobre essa menina, a conheci por acaso e sou fã do que ela escreve, ainda vou arrumar verba para comprar os dois livros. Mesmo que eu fique velhinha eu compro com o dinheiro da aposentadoria.
    Boa sorte amiga e a parabéns pela entrevista.
    Parabéns ao pessoal do blog.

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